"FIQUE LIMPO"! Lucas 5.12-12-16

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Quem se encontra com Jesus, muda de vida e começa a compartilhar de sua transformação graciosa.

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Grande ideia: Quem se encontra com Jesus, muda de vida e começa a compartilhar de sua transformação graciosa.
Estrutura: um encontro transformador (vv. 12,13), um testemunho incontido (vv. 14-16).
Evangelho de Lucas 1. Jesus cura um leproso – Lc 5.12–16

Essa série de narrativas mostra como Jesus concretiza o programa estabelecido em Lc 4:18–21, possibilitando que todos os oprimidos, desprezados, miseráveis, curvados, doentes e pecadores experimentem seu amor misericordioso.

Comentário Bíblico de Lucas: Através da Bíblia A Vez dos Marginalizados Chegou (Lc 5.12–16)

A sociedade daqueles dias, e muitas vezes a nossa própria sociedade, marginaliza os fracos, os inferiores, os doentes e os perdidos, sem lembrar que foi para esses que Jesus veio.

Os fracos e inferiores, os doentes e perdidos são convidados não somente para que se tornem membros do Reino de Deus, mas também agentes ativos da missão. Samaritanos, mulheres, coletores de impostos, pobres, cegos, surdos, leprosos, endemoninhados e pecadores, aqueles na periferia da sociedade da Galileia, todos eles se tornaram “alguém” através daquele que se tornou “ninguém”: Jesus, o Messias! (BARRO, 2002 p. 62)

Lucas 7.22 (NAA)
22Então Jesus lhes respondeu: — Voltem e anunciem a João o que vocês viram e ouviram: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres está sendo pregado o evangelho.
N.T. Wright: É precisamente este o tipo de definição que subjaz ao Manifesto de Nazaré (Lucas 4.14-30). Inimigos tradicionais foram repentinamente trazidos, ao menos em princípio, ao contexto do alcança da benção do grande jubileu de Deus. Já amigos tradicionais, que pensavam estar automaticamente no lado certo, tinham de ser reavaliados. Talvez não possamos mais identificar “nosso povo” como simplesmente do lado dos anjos e “aquele povo” como agente de Satanás. É por isso que Jesus foi expulso da cidade e quase morto. Ele havia sugerido que inimigos podiam tornar-se amigos, ao passo que, implicitamente, “boas pessoas”- Israel como povo de Deus- podiam tornar-se inimigas. Ironicamente, o próprio povo de sua cidade estabeleceu a ideia pela reação que teve.
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O Jubileu, descrito principalmente em Levítico 25, era uma reinicialização da economia. A cada cinquenta anos, dívidas eram perdoadas para que nenhuma família pudesse acabar permanentemente do lado errado do infortúnio ou mesmo do mau comportamento. A terra deveria ser devolvida às famílias, evitando a concentração de riqueza em um número cada vez menor de mãos e evitando a criação de uma perpétua classe servil de sem-terras.
O Jubileu era uma redefinição institucional. O poder não poderia acabar beneficiando permanentemente uma pequena elite, nem poderia acabar em suas mãos.
O Jubileu era um retorno de pessoas ao lugar em que podiam ser conhecidas. Ao retornar às suas terras sem pendências, mesmo aqueles que haviam perdido tudo poderiam ser livrados da falta de moradia e da alienação, e restaurados ao lar e à reconciliação.
Imagine os efeitos desse tipo de perdão institucional, econômico e nacional. Imagine a alegria quando aqueles que terminaram na escravidão eram libertados. Imagine a liberdade, também, daqueles que eram “vencedores” no antigo sistema, por não ter mais de coagir nem dominar seus irmãos e irmãs.
Este seria um mundo onde, como disse Isaías, as boas novas seriam anunciadas aos pobres. Que boas novas eram essas? Que eles não eram mais escravos por suas dívidas; que sua perda, sua desconfiança, sua vergonha haviam sido apagadas; que o dia do Senhor havia chegado.
O júbilo é fruto do perdão. O júbilo é fruto da misericórdia. O júbilo é fruto de o verdadeiro Deus ser conhecido, adorado e obedecido.
Em seu primeiro discurso público em Lucas 4, Jesus disse que este dia havia se cumprido. Oramos por isso cada vez que fazemos a oração que ele nos ensinou, em Mateus 6. “Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos os nossos devedores”. Esta é uma oração para que o Jubileu venha. Para que a confiança seja restabelecida por arrependimento, perdão e misericórdia genuínos e de alto preço.
01. Encontro transformador. (vv. 12,13)
(a) Em uma das cidades da Galiléia, um homem “coberto” de lepra se aproxima de Jesus.
Dicionário Bíblico Lexham Diretrizes sobre doenças de pele de acordo com a Bíblia

Diretrizes sobre doenças de pele de acordo com a Bíblia

• As doenças de pele são detalhadas em Lv 13. Se for uma nova infecção, a pessoa deve ser colocada em isolamento por sete dias, seguidos por sete dias adicionais, se nenhuma alteração ocorrer. Se não houver alteração na infecção após 14 dias, a pessoa é considerada limpa. Se houve alguma alteração, a pessoa é considerada impura até que a infecção desapareça (e, portanto, indefinidamente).

• Resposta a ter uma doença de pele. O papel do sacerdote é significativo, como mostra o Lev 13, onde 11 casos de "ele o declarará impuro" e sete casos de "ele o declarará limpo" ocorrem. É rara a menção de uma pessoa ser limpa ou imunda sem um anúncio do pronunciamento do sacerdote. (A palavra traduzida como "lepra" também é usada para roupas e, portanto, pode se referir a algum tipo de mofo).

• Ações necessárias de uma pessoa declarada impura. A pessoa doente deve morar sozinha fora do acampamento, usar roupas rasgadas, manter os cabelos desgrenhados, cobrir o lábio superior e gritar “imundo, imundo” (Lv 13:45–46) .

• Para ser considerada limpa, a pessoa deve procurar um sacerdote. A cerimônia oficial de limpeza inclui limpeza de roupas, barbear os cabelos e uma limpeza ritual. Além disso, pelo menos um cordeiro - se a pessoa era pobre demais para vários cordeiros, os pássaros poderiam ser usados como substituição - e a farinha e o óleo devem ser dados como oferta (Lv 14).

(b) O homem doente que se aproxima de Jesus, ele é quem “o vê e se prostra com o rosto em terra”.
(c) O seu pedido é direto: “Senhor, se quiser, pode purificar-me (anunciar que está limpo num sentido levítico)”.
Evangelho de Lucas 1. Jesus cura um leproso – Lc 5.12–16

Todos os três evangelistas dizem purificar, ao invés de curar, porque neles essa enfermidade é associada à consciência da impureza levítica. As palavras Se quiseres, podes contêm dois aspectos: grande temor e grande fé.

(d) Jesus “estende a sua mão” e diz enfaticamente: “Quero, sim. Fique limpo”.
Evangelho de Lucas 1. Jesus cura um leproso – Lc 5.12–16

A natureza contagiosa da lepra era de conhecimento geral. Pela lei, o contato com o leproso tornava a pessoa impura. Jesus, porém, não apenas tocou no leproso, mas o abraçou firmemente com a mão, pois a palavra que Almeida traduziu com “tocar” significa cingir, envolver e abraçar (Mc 10:13,16; 1 Jo 5:18).

(e) Em um contexto atual com tantos cuidados (necessários) em relação ao toque, esse texto nos remete a um “Redentor que nos abraça”:
Evangelho de Lucas 1. Jesus cura um leproso – Lc 5.12–16

O Redentor abraçou a humanidade impura ao inserir-se completamente nela. É o que também faz agora com cada indivíduo. Ele não somente toca nossa impureza pecaminosa com a ponta dos dedos, mas envolve o impuro com o braço de sua compaixão.

Hebreus 7.25 (NAA)
25Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se aproximam de Deus, vivendo sempre para interceder por eles.
(e) Algo bem interessante:
Sumário de Teologia Lexham Santidade de Deus

Cristo não só estava livre da influência do pecado, como também estava envolvido em múltiplas situações onde ele participou ativamente na cura dos doentes e enfermos através do seu toque - situações que tornariam qualquer outro indivíduo impuro. No entanto, por causa de seu estado santo, nenhuma dessas coisas exercia qualquer influência corruptível sobre ele (cf. a cura do leproso por Jesus - Mat. 8:1–4; Mar. 1:40–45; Luc. 5:12–16).

02. Um testemunho incontido. (vv. 14-16)
(a) Como entender a ordem de Jesus para que não fosse contado a ninguém a respeito dessa cura?
(b) A orientação que cabia aqui era essa: “vá, apresente-se ao sacerdote e ofereça pela purificação o sacrifício que Moisés ordenou, para servir de testemunho ao povo”.
Lucas 17.14 (NAA)
14Ao vê-los, Jesus disse: — Vão e apresentem-se aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados.
Levítico 14.4 (NAA)
4o sacerdote mandará trazer, para aquele que se houver de purificar, duas aves vivas e puras, madeira de cedro, pano escarlate e hissopo.
Levítico 14.10 (NAA)
10— No oitavo dia, pegará dois cordeiros sem defeito, uma cordeira sem defeito, de um ano, seis litros da melhor farinha, para oferta de cereais, amassada com azeite, e separadamente um copo de azeite.
Broadman: As seguintes alternativas são as possíveis interpretações desta difícil frase: (1) Jesus estava interessado na completa reabilitação daquele homem, o que acarretava a sua reintegração na sociedade. Isto seria possível apenas se ele cumprisse os requisitos legais e fosse declarado curado pelas autoridades competentes. (2) Jesus desejava demonstrar que não era iconoclasta, dado à destruição da Lei. Suas instruções são prova do respeito que ele tinha por ela. (3) A tradução que usamos dá a entender que a cura desse homem devia ser uma prova, para o povo, do poder messiânico de Jesus. O veredicto do sacerdote provaria que a cura era completa e válida. Esta última sugestão provavelmente é a melhor.
(c) Mas, fato é que o que Jesus fazia e falava reverberava bem longe. E Jesus passou a ser seguido por “multidões”.
(d) Logo, na agitação do seu contexto vital, Jesus se refugiava em “lugares solitários”, para orar.
Evangelho de Lucas 1. Jesus cura um leproso – Lc 5.12–16

O Redentor não tem por objetivo o movimento de massas, ser carregado por uma multidão entusiasmada; seu caminho é de descida, em direção às profundezas (Fp 2:6–8). Jesus nunca saiu dos trilhos, o aplauso da grande multidão não o arrebatou nem um instante sequer. Pelo contrário, combateu sem cessar os perigos do entusiasmo fanático e carnal e da sugestão.

Mateus 14.23 (NAA)
23E, tendo despedido as multidões, ele subiu ao monte, a fim de orar sozinho. Ao cair da tarde, lá estava ele, só.
Marcos 1.35 (NAA)
35Tendo-se levantado de madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus saiu e foi para um lugar deserto, e ali orava.
Marcos 1.36 (NAA)
36Simão e os que estavam com ele procuraram Jesus por toda parte.
João 6.15 (NAA)
15Jesus ficou sabendo que estavam para vir com a intenção de fazê-lo rei à força. Então ele se retirou outra vez, sozinho, para o monte.
03. Outras aplicações:
(a) O Reino de Deus é um reino de humilhados. E somente alcança a graça de Deus quem se “prostra com o rosto em terra”. A graça é para os indignos!
Mateus 7.1–5 (NAA)
1— Não julguem, para que vocês não sejam julgados.
2Pois com o critério com que vocês julgarem vocês serão julgados; e com a medida com que vocês tiverem medido vocês também serão medidos.
3— Por que você vê o cisco no olho do seu irmão, mas não repara na trave que está no seu próprio?
4Ou como você dirá a seu irmão: “Deixe que eu tire o cisco do seu olho”, quando você tem uma trave no seu próprio?
5Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu olho e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.
Paul Tripp: Autojustiça significa que você não consegue olhar a si mesmo ou para outra pessoa com precisão. Significa que você vê o cisco dele ou dela como uma tora de madeira e vê a sua tora como um cisco. Assim, você está condenando ele ou ela e perdoando a si mesmo. Você trata os outros com julgamentos enquanto lida consigo mesmo com paciência. Esse dinâmico problema é outro poderoso argumento em favor de nossa necessidade por graça. Somente a graça, conforme vem até nós pelo interior por intermédio do ministério persuasivo do Santo Espírito, pode nos auxiliar numa avaliação precisa de nós mesmos e dos outros. Veja bem, a graça é necessária para que você perceba o quanto necessita dela.
(b) Em nossos “retiros de oração” iremos encontrar clareza a respeito de nosso chamado a cooperarmos na “missão de Deus” no mundo. Nada é mais militante do que a oração.
Lucas 3.21 (NAA)
21Ao ser todo o povo batizado, Jesus também foi batizado. E aconteceu que, enquanto ele orava, o céu se abriu,
Lucas 5.16 (NAA)
16Jesus, porém, se retirava para lugares solitários e orava.
Lucas 22.41 (NAA)
41Ele, por sua vez, se afastou um pouco, e, de joelhos, orava,
Lucas 22.44 (NAA)
44E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o suor dele se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.
David Powlinson: “A graça de Deus no seu sofrimento”.
Adoração, sermões e comunhão têm um efeito cumulativo. Sou crente em Jesus Cristo há mais de quarenta anos. Ouvi muitos sermões. Cantei muitos hinos, cânticos e canções. Tomei a ceia do Senhor muitas vezes. Estive em muitos bate-papos e fiz muitas orações. Mas eu não me lembro vividamente de muitos sermões, ou cultos, ou tempos de oração em particular. A maioria deles se mistura em um conjunto de memórias, como impressões da infância, mesclando as experiências de muitos anos.
Mas eu me lembro vividamente de alguns momentos. No final da década de 1970, ouvi um sermão em Romanos 8.26 que nunca esqueci. O tema foi “O Espírito nos ajuda em nossa fraqueza”. Eu me lembro do ponto exato: “Note que nossa fraqueza é singular, não é plural. Paulo não diz fraquezas, no plural, como se você pudesse fazer uma lista. Ele diz fraqueza no singular, como nossa característica definidora. Nós somos fraqueza. Somos fraqueza por causa da pecaminosidade. Somos fraqueza por causa da fragilidade e mortalidade. Precisamos que nosso Pai coloque seu amor sobre nós. Precisamos que Jesus Cristo nos resgate. Precisamos que o Espírito nos ajude e nos faça vivos. E ele faz”.
O Salmo 40 tem um ponto semelhante, com detalhes mais vívidos. Davi resume sua visão de Deus desta maneira:
Quanto a Ti, Ó Senhor, tu não reterás
tuas misericórdias de mim
Teu amor inabalável e fidelidade
Me guardarão diariamente (40.11, minha trad.)
E Davi resume a sua visão de si mesmo desta maneira:
Quanto a mim, sou pobre e necessitado,
porém o Senhor cuida de mim;
tu és o meu amparo e o meu libertador;
não te detenhas, ó Deus meu. (40.17)
“Quanto a Ti”, “quanto a mim”. Isso captura a realidade básica. É a verdade dupla que reescreve o roteiro de sua vida.
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